O Banco do Brasil enfrentou forte desgaste financeiro no segundo trimestre de 2025 — o lucro caiu 60%. A inadimplência alta no agronegócio exigiu provisões maiores, afetando diretamente resultados e dividendos.
A instituição reforçou o crédito rural, mas precisou recalibrar expectativas: o lucro anual deve ficar entre R$ 21 e R$ 25 bilhões, número bem abaixo do previsto inicialmente.
Resultado despenca
O Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, queda de impressionantes 60% em relação ao mesmo período de 2024, e bem abaixo da previsão de cerca de R$ 5 bilhões pelo mercado.
Rentabilidade evapora
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu de 21,6% para apenas 8,4%, seu menor nível em décadas. O banco reduziu o payout de dividendos para 30%, diante da incerteza econômica e necessidade de reforço de caixa.
Agronegócio: ponto crítico
O pior desempenho decorre de inadimplência crescente no agronegócio, que inclui provisões extras para calotes aliados a exigências regulatórias mais rígidas. O banco calculou um fluxo de perda esperada de R$ 7,9 bilhões do agronegócio, de R$ 4,8 bilhões de pessoas físicas e de R$ 4,3 bilhões de pessoas jurídicas.
O agro vem enfrentando uma onda de recuperações judiciais após resultados negativos na safra de grãos passada, o que refletiu na acentuação da inadimplência da carteira total de clientes do Banco – só esse segmento totaliza aproximadamente um terço do total dessa carteira.
Em paralelo, o banco reforçou o crédito rural por meio do programa Plano Safra, com previsão de liberação de R$ 230 bilhões para 2025/26 — ainda assim, a ação eliminou parte dos receios do mercado sobre sua exposição ao setor.
Projeções revisadas
O novo guidance para o lucro ajustado agora varia entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, bem abaixo dos R$ 37–41 bilhões esperados anteriormente.
Também houve redução nas expectativas de crescimento da carteira de crédito.