A defesa de Jair Bolsonaro (PL) entregou nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a resposta solicitada pelo ministro Alexandre de Moraes sobre um possível “plano de fuga” envolvendo um rascunho de pedido de asilo político à Argentina. A manifestação veio dentro do prazo de 48 horas determinado pelo magistrado.
No documento, os advogados afirmam que o conteúdo, encontrado pela Polícia Federal no celular de Bolsonaro, não passa de um rascunho antigo e não representa intenção real de fuga. Eles destacam que o texto está datado de fevereiro de 2024, anterior às medidas cautelares impostas no processo atual, e que desde então o ex-presidente tem cumprido todas as determinações judiciais.
“Parece claro que um rascunho de pedido de asilo […] não pode ser considerado um indício de fuga”, escreveu a defesa, reforçando que Bolsonaro compareceu a todos os atos do processo, inclusive aceitando o uso da tornozeleira eletrônica em sua residência.
Outro ponto abordado foi uma mensagem enviada a Bolsonaro pelo general Braga Netto, em que ele diz estar com um número de telefone “pré-pago para emergências”. A defesa argumenta que o ex-presidente não respondeu à mensagem, e que isso demonstra o respeito às medidas que o impedem de manter contato com investigados.
Sobre episódios anteriores em que Moraes já cobrou explicações, como uma fala à imprensa em julho, os advogados voltaram a negar descumprimento e reafirmaram que Bolsonaro tem obedecido rigorosamente às determinações da Justiça.