O socorro emergencial do governo — embora necessário — não basta. É o que defende o setor madeireiro, atingido em cheio pelas tarifas pesadas dos EUA, e já enfrenta paradas produtivas, demissões e risco real de falência.
A saída é buscar um acordo diplomático imediato que alivie os encargos e reabra o caminho para a competitividade internacional da madeira brasileira.
Incerteza
A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) classifica como “ação paliativa” o pacote emergencial anunciado pelo governo federal para apoiar exportadoras afetadas pelo aumento das tarifas dos Estados Unidos.
A entidade reforça que a única solução de longo prazo é negociar com os EUA a redução das taxas, que hoje inviabilizam competitividade da madeira brasileira.
Paradas, férias coletivas e demissões
Com contratos cancelados e mercados interrompidos, muitas empresas adotaram medidas emergenciais:
- A Millpar, em Guarapuava (PR), deu férias coletivas de 15 dias a 640 funcionários.
- A Sudati, também no Paraná, demitiu 100 trabalhadores em duas unidades.
- A paralisação agora atinge a cadeia inteira: produção travada e estoques em níveis críticos.
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O desfecho expõe uma questão ainda maior: o setor madeireiro está à beira de um colapso. Segundo apuração especializada, o aumento para até 50% em tarifas sobre madeira processada e compensada levou a suspensão dos embarques — o que já provocou greves, demissões e caos operacional.
O problema se acentua num segmento em que mais de 40% da produção é destinada aos EUA.
Rumo para solução política
A Abimci reforça a necessidade de negociações diretas com os EUA, lembrando que outros países conseguiram reverter tarifas por meio de diálogo e acordos comerciais precedentes. Sem reciprocidade, a crise na indústria madeireira brasileira tende a se agravar.